Paulina Martin

Madre Inês de Jésus
carmelita, irmã de Santa Terezinha do Menino Jesus
28 Julho de 1951

A caminho do Carmelo

Menina viva, importuna, carinhosa, Paulina é confiada a partir da idade de sete anos à sua tia, Irmã Marie-Dosithée, como pensionista no Convento da Visitação do Mans. Na escola de S. Francisco de Sales, Paulina prepara-se já a ouvir o apelo do Senhor para uma consagração total no abandono e na humildade.

“Pérola fina”: este apelido afectuoso dado pelo Sr. Martin à sua segunda filha, prova já a personalidade rica e forte, audaciosa e suave, sensível e afectuosa daquela que será “a pequena mãe”, não somente Teresa, mas também das suas outras irmãs.

Após o falecimento sua mãe, Paulina colabora com Maria nos trabalhos caseiros e na educação das suas irmãs mais jovens. Quando vem para Teresa o momento de prosseguir os seus estudos junto das beneditinas de Lisieux, Paulina julga que o tempo chegou para ela de entrar no Carmelo. Mas Teresa não pode suportar este novo choque que constitui a partida da sua segunda “mãezinha”; é atingida de uma estranha doença durante a qual ocorrerá o episódio do sorriso de Nossa Senhora.

Primeiros anos no Carmelo

Paulina entra no mosteiro a 2 de Outubro de 1882; ela aí toma o nome de Irmã Inês de Jesus.

Irmã inês, do seu claustro, continua a formar, a apoiar, e a aconselhar Teresa, em particular no muito duro combate que deve travar para obter a autorização para entrar no Carmelo aos 15 anos. Quando Teresa entra no Carmelo a 9 de Abril de 1888, Paulina espera ela prosseguir a sua “missão” junto dela ? Nesta situação delicada, Teresa saberá, com uma surpreendente maturidade e tacto admirável, dar à sua “pequena mãe” a afeição que esta deseja, sem deixar de se afirmar na fé à prioresa e à mestra das noviças em tudo quanto se refere à sua iniciação à vida Carmelo.

Consagrada “mãezinha”

Irmã Inês tem apenas 32 anos quando é elegida priora a 20 de Fevereiro de 1893. Pequena de dimensão, tímida, fácil a comover, deve superar certa fraqueza de saúde. A jovem prioresa aparece sobre as fotografias calmas e sérias, mulher de escuta, capaz de fazer face aos acontecimentos e as interrogações. A sua viva sensibilidade é equilibrada por uma vida espiritual profunda e um grande espírito de fé.

Durante este triénio, Irmã Inês acolhe no mosteiro Celina, a quarta irmã Martin, e a sua prima Maria Guérin: situação única na história do Carmelo, que exige muito tacto por parte do prioresa. Mais confia oficiosamente a Teresa a responsabilidade do noviciado.

Em 1896, após eleições difíceis, Madre Maria de Gonzaga retoma o cargo de prioresa e Irmã Inês assim torna-se assim mais livre para preencher a sua “missão” junto de Teresa nos últimos meses da sua vida e os inícios “do furacão de glória”. Curto momento calma num itinerário pesado de responsabilidades.

Ao serviço de uma Santa

Madre Inês é reelegida prioresa em 1902 no momento em que, “a História de uma alma” publicada, precisa-se a perspectiva da baatificação de Teresa. E, em 1923, por um privilégio excepcional, Madre Inês é nomeada “prioresa a vida” pelo papa Pie XI.

Apesar da avalancha do correio, a onda dos visitantes, as festas sucessivas da beatificação e canonização, Madre Inês tem êxito a manter na sua comunidade o clima de solidão e de silêncio necessário para uma verdadeira vida contemplativa.

No meio de tanta glória, podemos reter da sua parte, esta palavra com sabor “teresiano”: “Tanto mais é grande, tanto mais amo a pequenez”.

Depositária da herança de Teresa, passa a ser um ponto de referência para o qual se voltam os papas Pie XI e Pie XII que a consultam, bem como os fundadores da Missão da França para a nova evangelização, e os iniciadores do Centro de peregrinação que começam em Lisieux a construção da Basílica.

Após a grande tormenta da guerra com os temíveis bombardeamentos sobre Lisieux em 1944, Madre Inês termina em paz a sua longa carreira e volta docemente à Casa do Pai a 28 de Julho de 1951.

“Pequeno arauto” de Teresa

Na sua longa vida de 89 anos, Paulina terá deixado uma marca inapagável sobre tudo quanto se refere à vida, aos escritos, e à glorificação de Santa Teresa. É a ela que devemos os Manuscritos autobiográficos de Teresa assim como as Últimas Entrevistas. As suas deposições densas e muito precisas durante os Processos de beatificação e canonização são uma mina de informações.

Laurent Grimard
Trois-Rivières

http://www.lecarmel.org/

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